segunda-feira, 22 de março de 2010

Vida longa aos que morrem Jovem!



Gostaria de não envelhecer. Minhas idéias pueris, meu pensamento novo me empolga. Os velhos sempre caminham lentamente, ou param no tempo. Conceitos antigos não combinam mais nem com museus...


Não que eu ache que os que têm mais idade sejam velhos, há muitos idosos jovens, que nunca pararam no tempo, aliás, alguns sempre estão a frente do seu tempo. Um tempo, que aliás, faz tudo parecer que não se altera. Ao mesmo tempo, olho-me ao espelho e já não me reconheço. Aquela barba mais grossa não estava aqui ontem. O tempo não existe, mas resiste.


Eu desisto. Não quero o tempo e suas novidades de ontem. Não quero a revolução de ir contra a maré, só para nadar, cansar e depois morrer na Praia, num ponto em que não queria chegar. Uma interrogação: Para onde vamos?


E seguimos uma rota feito máquinas, num círculo vicioso que não nos permite achar uma saída, e aí ficamos nesse pensamento arcaico, me achando um gênio. E como dizia Pessoa, neste momento cem mil cérebros se concebem em sonhos gênios para si mesmos. E os “gênios para si mesmos” continuam semi-analfabetos que mal conseguem conceber três ou quatro linhas num pensamento lógico. Tudo é Cartesiano, e eu odeio a matemática e sua velha resposta do 2+2=4.


“Estou farto de semi-deuses, onde há gente no mundo?” Bradou Pessoa metamorfizado de Álvaro de Campos. Pessoa morreu jovem, e suas idéias nunca ficaram velhas. O seu discurso nunca saiu do tempo, diferentemente dos pseudo-artistas-intelectuais que mal conhecem o que julgam fazer, mas que teimam em julgar o que os outros fazem. Mas eles não fazem. Eles são críticos dos que fazem. Consomem o dinheiro daqueles que não possuem um pouco mais de discernimento e se dizem “os salvadores do pensamento intelectual e moral da sociedade". Hipócritas, travestidos de artistas. São mercenários que não possuem o mínimo de caráter, arrancam dinheiro de pobres e dizem fazer “trabalho social que ninguém fez, mostrando trabalho artístico para quem nunca pode ver.” E ainda querem fazer politicagens, mas criticam os políticos Bando de gente inútil e mesquinha.


E eu, o vilão da história, continuo a fazer vilezas, pedindo dinheiro emprestado e fugindo para fora da possibilidade do soco. Vil por ser grato e bobo. Ingênuo, eu que não sou gênio, para quem pedirei meus três desejos? Os Jovens que morrem a cada instante, fazem um mundo cheio de velhos, povoarem o pensamento com atrasos.




Por favor, não deixem a juventude, o ímpeto, a gana juvenil desaparecer. Tragam – na de volta. Rasguem a cortina do passado, o coração, o peito, a boca que não pode mais conter o grito guardado no timo, que sai por cada poro, buscando uma escapatória.




Chega de felicidade!!! O que eu quero mesmo é melancolia...

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