terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Processo de Construção - Mateus e Mateusa

Relato referente aos ensaios até o dia 28/01/2013

Como montar um espetáculo, dois ou nenhum? Montar? Não montar. Fazer! Ser e não ser.Vasculhar, descobrir as possibilidades, explorar e descobrir novos parceiros, reciclar, se reinventar, errar! É preciso errar, o mundo precisa de erros, Acertos demais tem levado o mundo ao abismo. A Arte é o erro, o vírus mutante metamorfoseando o a realidade irreal, surreal, objetiva e paralela.

Retomando as atividades criativas em 2013, deparo-me com as inúmeras possibilidades de concepção e construção da arte do ator. Um ano que inicia-se frutífero, duas montagens, oficinas, muitas apresentações, acompanhadas pelos anseios de sempre. A cabeça sempre fervilhando, o sono que desaparece, dando lugar aos insights noturnos perdidos numa madrugada sem vida.

O caos torna-se novamente presente. Sempre presente, reordenando tudo, bagunçando, confundindo e esclarecendo. Torna-se natural o orgânico, o holos, o inteiro. É preciso mistificar e desmistificar este caos. É preciso estar caótico, tornar-se o caos, manifestar o caos. 

O Corpo é o canal de transferência entre o universo do caos e a cena. A célula, buscando a unidade neste universo não-cartesiano do eu-ator, do eu-em-cena. O corpo é a dor. A dor de não ser eu mesmo. É preciso sentir as vibrações de cada músculo, a abertura total dos poros para o mergulho profundo na criação cênico-corporal do vazio. Do espaço, do som. Da voz que surge na respiração ofegante. O tempo latente em cada gesto.

O Rock se faz presente numa tragédia cômica, surreal e absurda de uma família moralista, arquetípica numa Commedia Dellarte.