sexta-feira, 5 de março de 2010

Comidas e Gaita



Quando o campo era verde,
e as borboletas voavam,
nós corríamos.
Eu queria uma borboleta...
voando no céu da minha boca.

A chuva traz de longe,
o frio que sempre está perto.
Espertos daqueles que estão em casa,
Espero aqueles que estão em casa,
Eu quero a sua asa.

O portão feio,
metade aberto, metade fechado,
Mostra o mundo que não é meu.
Nem seu,
Não Deu.

Tento novamente.
Vou pela porta da frente,
na porta da cozinha,
e...
É uma pena!
Uma Pera.
O resto.

As migalhas que sobram,
O lixo que eu viro,
Reviro,
E no fim acabo de fora.
Sempre por fora,
Nunca sento,
mais eu invento.

E amo!
Um amor dolorido
Que me faz chorar,
cantar,
uivar,
silenciar.

No silêncio,
apenas lágrimas.
Apenas cachorro!
Continuo lá fora,
Me deixa entrar?

Por que se ama tanto?
Não sei,
mas amo,
meus amos,
meus anos que ainda não chegaram,
A porta que não se abre.

Folhas secas.
Mato.
Eu Mato.
O rato.
Eu choro
no mato,
quando o rato morre.

Borboletas no meu jardim...
Vem para mim,
me faz voar,
me leva na sua asa
Até minha casa?

Borboletas...
Voa à toa,
Traz para mim,
Um casulo,
mesmo que sujo,
Eu uso.
Tudo.

Será que ninguém percebe?

Um comentário:

  1. Perfeita!!! Adorei o estilo dela, nos faz entrar na historia e enxergar as borboletas voando,o cachorro mechendo no lixo e o portão entreaberto. E Linda...

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