sexta-feira, 1 de julho de 2011

Implosão

O meu castelo de papel desmoronou,
E a poesia esvaiu-se no ar...
Ruíram os meus sonhos numa implosão metafísica.
Nada sobrevive ao fim.

Cansado, os olhos secos agoniza na longa espera...
Espera, que a fila não andou e você está no fim!
O fim... Fim, sem hora para acabar.
Mas o meu castelo de papel desapareceu.

Na história escrita nele não sobrará migalhas a ser contadas,
Nem saberão que nas janelas ali desenhadas esteve alguém a pensar,
E a dura poesia concreta, feita de tijolos e braços,
Suor e lágrimas,
Desmoronou junto com os nossos sonhos.

Não chores! A vida é mesmo assim...
Tudo acaba, tem seu fim.
Amanhã é sábado e talvez, sei lá,
A gente voa e volta para cá.

Estou na lona, deitado, caído, desmoronado.
No castelo sem andares,
Sonhos amontoados, quebrados, destroçados,
Um a um, sem lágrimas, sem lástimas!
Entulho poético.

Lixo!
Para que se embriagar de tristeza,
Enquanto se enche a cara de vinho,
Órfão, sem teto metafísico?

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