segunda-feira, 5 de abril de 2010

Tempo Esgotado


Hoje eu morro!

Subo o morro.

Subo e morro,

ali.


Não chores.


Tudo passa.

As uvas passas.

O ônibus passa.

As ameixas passas.

Aqui dentro o tempo não passa.


O amanhã dói
Dói, dói, dói.

Ontem...

O calor das palavras na boca queima o futuro,

Tão incerto quanto o meu passado. Limpo.
Água.


Agora as horas já não contam.

Tempo mudo.

Muda todo o tempo.

Vida aleijada.

O mundo pára, quebra e volta.

Gira, roda e cambaleia infantilmente...
E corro louco fugindo do tempo.

Finjo minha existência.


Efêmero poeta irracional,

infinita poesia sem rumo.

Apenas o prefácio de uma estória que ninguém viu.

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