terça-feira, 30 de novembro de 2010

Postagem que não é Postagem

Neste espaço, que normalmente dedico a escrever e refletir sobre Arte, fazer artístico, ou simplesmente para devanear, veio-me a cabeça, após ler uma crítica do espetáculo Olho - que apresentarei amanhã às 19:30h em Porangatu - que deveria abrir o espaço aqui para um link, onde, quem por acaso ler este blog, possa acessá-las também.

As críticas foram escritas por duas jornalistas - pessoas que eu admiro e respeito muito - e que desenvolvem um papel muito importante para o Teatro Goiano.

Primeiro link: http://valbenebezerra.blogspot.com/2010/10/olho-joao-bosco-amaral-diretor-da-casa.html

Segundo link: http://ladysepulcro.blogspot.com/2010/08/violencia-e-vermelha.html

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Brutalmente

Os anos se passam nas fotos 3x4...
Desconstruir amarras,
A confusão impede a caligrafia
Não queria admitir...

O que devemos ser?
Alguém que saca o intertexto?
O que sentia era ciúmes,
Brutalmente rompidos!

Foi bom encontrar com as intimidades
Integrar o que devemos ser:
Chaves, óculos, dinheiro, diário...
Divagações poéticas.

A pressa de pequenos instantes
Se atraem e se referem configuradas.
Depois o Peão e o Rei voltam
Para dentro de suas ações...

(Poema criado a partir de um exercício teatral com os alunos do Curso de Teatro- processo de criação para atores)

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Teatro e o Mundo

A Arte Teatral existe desde os mais primórdios tempos da humanidade, se considerarmos que os primeiros esforços de comunicação eram expressões corporais e mímicas, e que as manifestações ritualísticas a divindades, fertilidade da terra, entre outros, seja um esboço do que conhecemos hoje por Artes Cênicas. Foi assim que surgiu, na Grécia antiga, o modelo teatral que conhecemos hoje, a partir de um ritual de homenagem a Dioniso (deus do vinho, da alegria, na mitologia grega), numa verdadeira festa.

Então, o Teatro tal como o conhecemos era sagrado. Havia uma preparação, tanto da população que iria prestigiar as apresentações (hoje chamado de "público", "espectadores") como daqueles que iriam representar, os artistas (atores, cenógrafos, dramaturgos). Tais apresentações estavam limitadas à classe mais nobre da sociedade e aos homens - tanto para fazer quanto para assistir.

Milhares de anos depois, muitas mudanças no comportamento social da humanidade moldaram as manifestações artísticas de toda a espécie, fazendo surgir ainda novos gêneros e linguagens diferentes. Houve àqueles que acreditaram que o Teatro tinha a possibilidade de transformar o mundo. Eles estavam certo ou errado?

Depende de qual mundo falamos. Temos tendência a acreditar que o "mundo" na verdade é o outro. Nos pautamos sempre pela existência deste outro, chegamos até ao ponto de pensarmos que só existimos porque o outro também existe, e acabamos esquecer de nós mesmos. Fazer Teatro é olhar para dentro de si mesmo, num gesto ritual de descobrir a própria consciência, de mergulhar num abismo onde não existem certezas, e a verdade parece um chão movediço.

O Teatro muda o mundo do Eu-interior. Um universo ainda pouco visitado por cada um de nós, mas que, quanto mais pensamos estar próximos dele, mais ele se aprofunda. O Teatro passa a ser a válvula de escape de imenso inconsciente, projetando para fora de nós, os nossos medos, dúvidas, sentimentos, e assim conectamos o nosso mundo ao mundo do outro, pois só existe Teatro se de um lado existe o espectador, e do outro o Ator, que juntos viajam para um mundo metafísico chamado Arte.

Assim, em que mundo você quer estar? Que mundo você pretende viver? O Teatro é o mundo onde todos podem ser qualquer um, e qualquer um se transforma num gigante, num deus metamórfico capaz de transportar diversas pessoas a uma outra dimensão. O nome deste deus: Ator!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Procedimentos

Um dia em branco...
Suspiros aliviados,
angústia redobrada,
Cama, sofá e almofadas.

É inevitável, é o destino.
Ouves: é apenas o barulho do sino.
Sigo.
Eco, ecoa, repete, retorna
Voa.

"Talvez seja só mais um dia" ele pensa
E cansado penar,
Retira suas asas e deita.
Não há mais suspiros, nem beijinho de coco.
A festa acabou.

O dia escurece, e já não é mais dia
Agora é noite.
Noite escura, trevas estabelecida.
No escuro preto da noite, uma mancha vermelha.

Flor.
Dor.
Morte.
Sorte.
E o dia se foi, esvaido num suspiro final